domingo, 28 de junho de 2015

A modernidade do Futebol Brasileiro



Quem me conhece sabe que não morro de amores pelo time da CBF a muito tempo. Não costumo comentar nas rodas de bate papo e nas resenhas sobre o desempenho desse time. Como tanto faz se ganhar ou perder, geralmente, sou só ouvinte do chororô do dia seguinte.

Na copa do Mundo assisti apenas três partidas desse time na integra. A abertura diante da Croácia ( devidamente uniformizado, com a camisa da Croácia é claro), o jogo contra a Colômbia e a partida inesquecível, os 1x7.

Amistosos, só assisti um, para ver a estreia de Philippe Coutinho como titular. Na Copa América, consegui ficar na frente da TV 45 minutos contra o Peru e os 90 minutos diante da Colômbia.


Olhando para dentro de campo, fica nítido (no meu entender) que o futebol brasileiro produz ótimos coadjuvantes e raríssimos craques. O que mais se vê nas categorias de base são jogadores moldados para o mercado Europeu, aqueles que jogam o futebol "moderno", disciplinados e bem empresariados.

São deixados de lado os Bad Boys (no bom sentido), aqueles atacantes rápidos e ousados que sempre dão um drible a mais e fazem uma jogada de efeito antes de centrar a bola para o atacante afundar as redes. Atacante esse que não existe, falo do 9, aquele com faro de gol, que entre uma dividida e outra na área, está sempre no lugar certo para anotar o "tento".

Faltam zagueiros "zagueiros". Volantes que não olham para o banco de reservas para ouvir o professor gritar "fica! fica!" e partem em velocidade driblando meio time, afim de levar a bola lá na outra área e antes que o adversário perceba já entrou com ela e tudo.

Falta o camisa 10 que na hora complicada, pega a pelota coloca na bandeja e entrega com maestria ao goleador "nato". O mesmo 10 que na falta do goleador se torna o 9 +1 e decide a partida com um  chute de fora da área, seja ele um "canhão", uma "folha seca" ou em uma cobrança de falta na "gaveta".

Não acredito que o problema em que se encontra o futebol brasileiro seja resolvido dentro das quatro linhas, porém o caminho será cada vez mais difícil se essa seleção perder o que resta de respeito dentro de campo. E olha que resta muito pouco.

O Brasil se preocupou tanto com a modernidade no esporte que se esqueceu do futebol da bola de couro, chuteira pesada, calção de algodão, alma e coração!





2 comentários:

  1. A verdade é que a geração que deveria estar jogando não vingou. Há alguns anos atrás, todo mundo diria que o time hoje seria Kaká (deveria estar no auge no Real Madrid, não nos EUA), Ganso (eterna promessa de camisa 10/maestro), Pato (seguindo a lógica, estaria hoje no Milan/PSG/Chelsea/algum desses) e Adriano Imperador (dispensa comentários). Com esses caras + Neymar, talvez rolasse algo. Deu nisso: seleção titular com cara de reserva.

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    1. Sem dúvida Rodrigo, você citou os nomes que deveriam ser os personagens do post acima. Quando teremos outra geração tão promissora como essa? Não sabemos...

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